
Federação reforça necessidade de mudanças em ASOs, prontuários e proteção ao sigilo das denúncias
O Grupo de Trabalho (GT) Saúde se reuniu na última terça-feira, 12 de agosto, com representantes do Itaú para discutir as demandas da categoria bancária. O encontro tratou de questões relacionadas às clínicas médicas do banco, às condições de atendimento e ao funcionamento do canal de denúncias.

Representando a Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS), Walmir Gomes destacou que a reunião foi um passo importante para pressionar o banco a rever procedimentos que afetam diretamente a saúde e a dignidade dos trabalhadores. “Nós reforçamos que o respeito ao bancário começa por um atendimento médico humanizado, com autonomia dos profissionais, e por canais de denúncia que realmente garantam sigilo e proteção ao denunciante”, afirmou.
Entre as reclamações apresentadas ao banco estão: falta de autonomia dos médicos para conclusão do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), que só é finalizado após contato com um médico coordenador em São Paulo; repetição desnecessária de exames com objetivo de alterar o resultado do ASO; e fornecimento do documento apenas por e-mail.
Outro ponto levantado foi a exigência de que bancários façam carta de próprio punho, com autenticação em cartório e foto do crachá, para ter acesso ao seu prontuário médico — mesmo sendo o próprio trabalhador quem acessa o sistema IU Conecta. O GT apontou a contradição do procedimento: enquanto o ASO exige assinatura imediata do bancário, com possibilidade de recusa, o acesso a informações médicas pessoais enfrenta burocracias excessivas.
O Itaú se comprometeu a criar um espaço para contestação do resultado do ASO e garantir o envio de comprovante físico a quem solicitar.
No debate sobre o canal de denúncias, o GT voltou a questionar a quebra de sigilo, casos de demissão de denunciantes e a demora na apuração das queixas. O banco negou a prática de demissões em razão de denúncias e sugeriu uma nova reunião para tratar especificamente do assunto e propor melhorias.
Também foram discutidos temas como demissão de trabalhadores em tratamento de doenças graves, melhorias na folha de pagamento de licenciados, manutenção da qualidade de segurado e realização de pesquisa de satisfação.
Para Luciana Duarte, coordenadora do GT, a reunião foi relevante por cobrar respostas objetivas da instituição. “As demandas são recorrentes. Um exemplo é o desrespeito que muitos bancários sofrem quando precisam se afastar para tratamento médico. Também queremos soluções práticas para as reclamações no Ombudsman”, afirmou.
Já Valeska Pinkovai, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE), ressaltou que a confiança no canal de denúncias depende de credibilidade e agilidade. “Os bancários precisam ter certeza de que sua denúncia será analisada de forma sigilosa e rápida. Esperamos respostas satisfatórias na próxima reunião”, disse.
Com informações do representante e Contraf CUT, editado por Feeb SP/MS.