
Endurecimento das negociações e mobilização das bases foram decisivos para o avanço nas tratativas com o banco
As empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal garantiram, após seis rodadas de negociação, a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Saúde Caixa com reajuste zero nas mensalidades. A proposta, apresentada nesta sexta-feira (10), mantém o percentual de contribuição dos titulares em 3,5% e o valor fixo para dependentes em R$ 480.
O avanço foi resultado direto da pressão exercida pelo movimento sindical e das manifestações realizadas nas unidades de todo o país. Além da manutenção dos percentuais atuais, a Caixa se comprometeu a cobrir o déficit do plano em 2025, estimado entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões, e a ampliar o atendimento para filhos e filhas de 24 a 27 anos, mediante contribuição de R$ 800.
Segundo Carlos Augusto Pipoca, representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) na mesa de negociação do Saúde Caixa, o resultado é importante, mas a mobilização deve continuar.
“A luta não termina agora, continua. Para o próximo ano, temos a tarefa de derrubar o teto de 6,5% e garantir a sustentabilidade do nosso plano no longo prazo”, afirmou Pipoca.
Para Mizaki Mitiue, presidente do Sindicato dos Bancários de Jaú e representante da Feeb SP/MS na mesa Contec, o resultado reflete o esforço coletivo e o compromisso do movimento sindical com a categoria.
“Após seis mesas de negociação e com a mobilização de todos os empregados, considero satisfatória a nova proposta da Caixa. Garantimos reajuste zero nas mensalidades, a cobertura do déficit e a ampliação do plano para filhos até 27 anos. Ainda não conseguimos derrubar o teto de 6,5% nem o fim da 13ª cesta, mas as negociações continuam. É hora de repensar um novo modelo de Saúde Caixa”, disse.
A proposta será avaliada pelo Comando Nacional dos Bancários e encaminhada para deliberação em assembleias nas bases sindicais.
Principais pontos da proposta aprovada
- Reajuste zero nas mensalidades;
- Cobertura integral do déficit pela Caixa em 2025;
- Ampliação do plano para filhos de 24 a 27 anos (custo adicional de R$ 800);
- Validade do ACT até 31 de agosto de 2026;
- Carência de três meses para novos contratados;
- Proibição de reingresso após cancelamento do plano;
- Medidas estruturantes em 2026, com retomada das mesas permanentes de negociação já em novembro.
Com o resultado, o movimento sindical reafirma seu papel na defesa da sustentabilidade do Saúde Caixa e dos direitos históricos das empregadas e empregados do banco público.
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