
Nos últimos dias, o Itaú Unibanco desligou mais de 1.000 trabalhadores, após monitoramento digital que, segundo o banco, indicou baixa produtividade de empregados em regime remoto e híbrido.
Curioso é que muitos desses trabalhadores cumpriam integralmente suas rotinas e, em alguns casos, haviam recebido promoções e prêmios por desempenho nos últimos meses. Apesar disso, e após ser procurado pelos Sindicatos, o banco foi categórico: não irá rever as demissões.
Diante dessa postura arbitrária, a COE/Itaú e o movimento sindical organizam, nesta quarta-feira (17/09), um Dia de Luta Nacional em defesa dos trabalhadores do Itaú, transformando a indignação em mobilização para defender direitos e estabelecer limites ao uso abusivo da tecnologia.
O Itaú justifica as demissões como resultado de uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e ao registro de jornada”, porém baseada apenas em monitoramentos de períodos de inatividade nos computadores corporativos.
Para os sindicatos, a demissão em massa preocupa não apenas pelo risco de falhas nas métricas, mas também pela ausência de diálogo e advertências prévias. A gravidade da situação levou o Ministério Público do Trabalho (MPT) a abrir investigação sobre o caso, e o movimento sindical estuda acionar o judiciário.
O episódio levanta importantes questões sobre limites do controle digital da jornada de trabalho, necessidade de previsão em contrato, respeito à privacidade dos trabalhadores e validade de demissões baseadas exclusivamente em dados de monitoramento, sem gestão direta.
É importante destacar ainda que, somente no primeiro semestre de 2025, o Itaú registrou lucro líquido de R$ 22,6 bilhões, mostrando que a decisão contrasta com o desempenho financeiro da instituição.
O caso também evidencia a importância da mobilização de toda a classe trabalhadora para discutir limites ao uso e implantação das novas tecnologias no trabalho, priorizando transparência e respeito à dignidade humana.
Sindicato dos Bancários de Campinas e Região



